No movimento e na filosofia política do liberalismo, é consenso que o capitalismo é o modo de produção liberal por excelência. Foi através do sistema econômico capitalista que muitas liberdades humanas foram expandidas, notadamente as liberdades de troca e de iniciativa. Com a expansão da liberdade no campo econômico, pudemos diminuir problemas crônicos, como a pobreza extrema e a morbidez evitável.
Não por acaso, aqueles que se dizem defensores da liberdade defendem com fervor a economia de mercado. No entanto, não podemos nos olvidar de outro componente fundamental para a expansão das liberdades: a democracia.
Na esteira da popularização do capitalismo industrial, ainda nos séculos XVIII e XIX, houve também a expansão do sufrágio e da participação política do indivíduo. Não por acaso, as revoluções liberais semearam a democracia em seus países, como Bobbio acertadamente dizia que a “democracia era a consequência natural do liberalismo”. Propositalmente, foram democracias que se uniram para derrotar o nazi-fascismo, não porventura, são nas democracias que costumamos ver as sociedades mais livres do planeta.
Através do produto liberal-iluminista, conhecido por Estado Democrático de Direito, que direitos fundamentais como: liberdades de expressão, de imprensa, de associação, de opinião, de religião, foram instituídas.
A democracia é o regime político liberal por excelência, tal qual o capitalismo é o sistema econômico, e merece a mesma atenção e defesa frente às alternativas populistas. Ela não é perfeita, como o capitalismo também não é, mas assim como a economia de mercado, é resiliente e pode ser aprimorada com o tempo para servir melhor ao indivíduo. Assim, defender a liberdade é defender a democracia.
*Yzau Paiva é membro da UJL – União Juventude e Liberdade