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Editorial: O Brasil voltou à ditadura, mas agora é do STF

Em decisão arbitrária, o ministro Alexandre de Moraes determina que Telegram apague mensagem enviada a usuários sobre o PL da Censura

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Em decisão arbitrária, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Telegram apague mensagem enviada a usuários sobre o PL da Censura (PL 2630/2020) e faça nova mensagem desmentindo a anterior. No dia 09 de maio, o aplicativo de mensagens Telegram enviou uma mensagem pelo próprio aplicativo a seus usuários explicando os perigos do chamado PL das Fake News.

Em sua mensagem o Telegram dizia:

“A democracia está sob ataque no Brasil. A Câmara dos Deputados deverá votar em breve o PL 2630/2020, que foi alterado recentemente para incluir mais de 20 artigos completamente novos que nunca foram amplamente debatidos. Veja como esse projeto de lei matará a internet moderna se for aprovado com a redação atual. Caso seja aprovado, empresas como o Telegram podem ter que deixar de prestar serviços no Brasil.

Concede Poderes de Censura ao Governo

Esse projeto de lei permite que o governo limite o que pode ser dito online ao forçar os aplicativos a removerem proativamente fatos ou opiniões que ele considera “inaceitáveis” [1] e suspenda qualquer serviço de internet – sem uma ordem judicial. [2]

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Por exemplo, o Ministro da Justiça requisitou recentemente sanções contra o Telegram, alegando que o aplicativo “não respondeu a uma solicitação” – antes mesmo da solicitação ser feita. Se o PL 2630/2020 estivesse em vigor, o governo poderia ter bloqueado imediatamente o aplicativo como “medida preventiva” até que o Telegram provasse que não violou nenhuma lei.

Transfere Poderes Judiciais Aos Aplicativos

Esse projeto de lei torna as plataformas digitais responsáveis por decidir qual conteúdo é “ilegal” em vez dos tribunais – e fornece definições excessivamente amplas de conteúdo ilegal. [3]

Para evitar multas, as plataformas escolherão remover quaisquer opiniões relacionadas a tópicos controversos, especialmente tópicos que não estão alinhados à visão de qualquer governo atualmente no poder, o que coloca a democracia diretamente em risco.

Cria um Sistema de Vigilância Permanente

O projeto de lei exige que as plataformas monitorem as comunicações e informem as autoridades policiais em caso de suspeita de que um crime tenha ocorrido ou possa ocorrer no futuro. [4]

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Isso cria um sistema de vigilância permanente, semelhante ao de países com regimes antidemocráticos.

É Desnecessário

O Brasil já possui leis para lidar com as atividades criminosas que esse projeto de lei pretende abranger (incluindo ataques à democracia). O novo projeto de lei visa burlar essa estrutura legal, permitindo que uma única entidade administrativa regule o discurso sem supervisão judicial independente e prévia. [5]

E Mais!

Isso apenas toca a superfície do motivo pelo qual esse novo projeto de lei é perigoso. É por isso que Google, Meta e outros se uniram para mostrar ao Congresso Nacional do Brasil a razão pela qual o projeto de lei precisa ser reescrito – mas isso não será possível sem a sua ajuda.

O Que Você Pode Fazer Para Mudar Isso

Você pode falar com seu deputado aqui ou nas redes sociais hoje. Os brasileiros merecem uma internet livre e um futuro livre.”

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Não foi a primeira vez que o Telegram teve decisões do STF relacionadas à suposta contribuição na disseminação de desinformação. Em março de 2022, sua operação também foi suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Nesta quarta-feira (10), o Telegram seguiu a ordem e enviou uma nova mensagem aos usuários e apagou a mensagem anterior.

Mensagem Telegram
Reprodução Mensagem Telegram

Enquanto políticos, influenciadores, entidades e juristas criticaram a decisão, o ministro da justiça Flávio Dino, publicou em seu Twitter apoio à decisão e colocou a Polícia Federal à disposição para cumprimento das determinações.

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