A líder de Políticas Públicas da Microsoft, Loren Spíndola, afirmou que uma regulamentação restritiva da Inteligência Artificial pode prejudicar o desenvolvimento da tecnologia no Brasil. A declaração foi realizada em um evento organizado pelo Instituto Millenium, na última semana em São Paulo.
“Uma regulação ruim é muito perigosa. Se a gente pensar em uma regulação que seja muito restritiva e que coloque uma série de necessidades, como [exigência] de relatório de transparência e de análise de impacto, isso só vai matar o desenvolvimento da tecnologia no Brasil, vai aumentar o custo do desenvolvimento da tecnologia no Brasil”, afirmou Loren Spíndola.
A executiva defende regulamentação ou diretrizes flexíveis para que se possa garantir segurança no uso da inteligência artificial.
Do mesmo modo, o diretor executivo do Instituto Millenium, Diogo Costa, concorda que essa regulamentação pode frear o desenvolvimento da tecnologia. Ele defende a criação de diretrizes adaptáveis e aproveitamento de leis em vigor. “Regras rígidas implementadas hoje podem se tornar as barreiras que impedem as descobertas de amanhã. Precisamos de normas que sejam flexíveis o suficiente para se adaptar às novidades, e também podemos aproveitar ao máximo as leis já existentes que podem ser aplicadas a novas práticas”, avaliou o diretor executivo.
De acordo com Spíndola, é importante fortalecer políticas públicas e focar em capacitação, bem como em investimentos para a evolução da IA. Explicou ainda que o Brasil não pode começar a discutir a sua inserção no contexto global se não resolver questões básicas, como o acesso a computadores na educação básica.
A regulamentação da Inteligência Artificial vem sendo discutida em todo o mundo. Da mesma forma, aqui no Brasil, o Senado Federal discute com o PL 2.338/2023 a possível criação de regras no território nacional.
Debate
O debate é parte de uma série de encontros que o Instituto Millenium tem organizado com especialistas, autoridades e lideranças de diferentes áreas para promover debates sobre os desafios do país. “Existe essa falta de ter grande intelectuais públicos brasileiros dando aulas para o Brasil. Com a parceria com o IBMEC, nossa expectativa é promover discussões importantes para o desenvolvimento nas principais capitais, como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro”, afirmou o diretor executivo do Instituto Millenium, Diogo Costa.