Estava conversando com colegas da universidade, jovens iludidas com o socialismo, comunismo, e suas mentiras que prometem um mundo cor-de-rosa e igualitário, quando eu trouxe a elas uma reflexão filosófica a respeito do ser humano e como nossa natureza exclui a possibilidade do socialismo ser bom e dar certo.
Não precisei trazer filósofos e suas teorias. Um simples auto exame honesto e rápido nos mostra que somos ou seremos seres acometidos muitas vezes na vida por algum grau de ganância, egoísmo, inveja e vaidade. Um traço de nossa natureza é desejar o melhor para nós mesmos, em primeiro lugar. Então, num mundo descrito por comunistas como perfeito, em que todos teriam vidas praticamente iguais, com poder aquisitivo igual, aconteceria isso que falei para minhas ingênuas colegas, através de uma simples metáfora.
Num mundo onde todos têm casas iguais, haverá insatisfação quando alguém perceber que na casa ao lado a vista do pôr do sol é mais bonita, e quiser para si a casa do vizinho. O ser humano não se realiza em ter uma casa igual a de todo mundo. Ele quer aquela onde a vista do horizonte é melhor. Nesse tipo de sistema sempre haverá alguém que se sentirá deprimido porque sabe que é diferente, mas leva uma vida igual a de todo mundo. Alguém que quer o melhor para si, mas é impedido de ter. O princípio da Igualdade levado ao extremo não realiza o ser humano.
Essa questão da igualdade nos leva a um outro efeito do socialismo. O de não penalizar o fracasso e nem recompensar o sucesso, para que todos ganhem o mesmo salário. Nesse sentido, os mais trabalhadores, esforçados, intelectualmente mais desenvolvidos, seriam deprimidos por obterem resultados iguais aos que são preguiçosos, menos dedicados e menos desenvolvidos intelectualmente. Não somente as coisas ruins de nossa natureza nos impedem de sermos realizados nos socialismo. As boas também! O senso de justiça, a autenticidade e a vontade de sermos melhores.
Marx diz que o problema é que o proletariado produz todas as coisas e não tem poder sobre elas, e ao mesmo tempo sugere que tudo deve estar nas mãos do Estado. O socialismo impede as pessoas de exercerem seu direito fundamental de poder chamar de “meu” aquilo que lhe pertence. Sua casa, seu negócio…
Em que mundo o ser humano, que tem dentro de si a vontade inexorável de possuir, pode ser feliz nesse sistema?
Outro efeito de colocar todas as coisas na mão do Estado, tirando a riqueza dos indivíduos, e que isso gera um grau de miséria generalizado.
É fato que cuidamos melhor daquilo que é próprio. No geral, hospitais, escolas, instituições particulares são muito mais bem cuidados que instituições públicas. O que é de todo mundo não é de ninguém, e o que é nosso tem nossos recursos, nosso zelo. Numa sociedade onde tudo é de ninguém, nada seria da melhor qualidade.
Na economia, o preço das coisas chama a atenção. Instiga a pagarmos ou não pelo produto, pois o valor conta a história dele. O preço envolve a mão de obra, tudo aquilo que foi gasto para produzir aquilo, se o material é da melhor qualidade então custa mais caro, se a mão de obra foi mais detalhista custa mais caro, ou seja, o preço te convence da qualidade.
Na sociedade socialista esse consumo seria atenuado porque os preços não contariam a história do produto, não seriam um indicador de qualidade, já que seriam escolhidos de outra forma que sabe-se lá qual é. O resultado é que menos pessoas comprando gera crise na economia de um país.
Agora vem o ponto em que o ser humano fica infeliz diante desse cenário, além da crise financeira: Na economia socialista, sabemos que uma empresa que melhor atende o seu público e as necessidades dele não pode ter mais lucro que as demais. O que é injustíssimo e diminui drasticamente a qualidade da empresa, dos seus produtos e do seu atendimento, já que não há para ela incentivo nenhum de desenvolvimento e inovação. Por que a empresa se dedicaria em ser melhor se não vai ter lucro nenhum por isso?
A miséria que o socialismo causa não é só financeira, mas intelectual e moral. O capitalismo tem suas mazelas, mas pelo menos exige que busquemos fazer o que fazemos com excelência, a fim de que possamos nos destacar.
A essência do socialismo é a atenuação e a eliminação das diferenças econômicas sociais por meio da intervenção do Estado, como se o caminho para tirar pessoas da pobreza fosse tirar outras da riqueza. Essa ideologia não entende que o problema não é a riqueza e a desigualdade, mas a pobreza, e esta só é resolvida com o capitalismo, que permite que riqueza seja gerada, incentivando competitividade entre negócios.
Nas palavras de Luiz Felipe Pondé, em seu livro Filosofia Para Corajosos, “O mundo nunca foi tão rico. A causa dessa lenga-lenga de desigualdade social é porque nunca foi tão rico e agora com a mentalidade dos direitos as pessoas passaram a achar que riqueza é um direito”.
Quando o Pondé fala sobre mentalidade dos direitos, e que a riqueza não é um, ele está dizendo que as pessoas pensam que o mundo lhes deve algo, que o Estado deveria tomar riquezas das mãos dos bilionários e dar a elas, em vez de correrem atrás de produzir seu próprio capital.
Que precisamos dar um jeito de acabar com a miséria, isso é fato. Mas vimos que não é pelo socialismo que conseguiríamos. E que há problema quando as pessoas não têm o básico, mas lidar com pessoas mais ricas que nós é uma coisa natural da vida e deve continuar sendo.
Se entrarmos na questão de que nem todo mundo tem recursos para começar a gerar riqueza, pois estão num ponto de partida muito mais difícil, então devemos pensar em como estabelecer condições para essas pessoas ascenderem na vida. Milhões delas saem da extrema pobreza através de um micro empreendimento, que é uma dessas soluções que só o “vilão” capitalismo pode oferecer.