Na última semana, o Governo Lula obteve uma série de vitórias na Câmara dos Deputados, com a apresentação do substitutivo da Reforma Tributária, a aprovação do Marco Fiscal e a aprovação da indicação de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF). Esses avanços são especialmente significativos em meio a um contexto de instabilidade na base de apoio do governo no Congresso Nacional verificado desde o início do ano. Apesar de recentes derrotas e desgastes, Lula demonstrou resiliência ao conquistar esses resultados.
As conquistas recentes do governo Lula na Câmara dos Deputados são um sinal de superação diante dos obstáculos enfrentados nas últimas semanas. A apresentação do substitutivo da Reforma Tributária representa um passo importante na busca por um sistema mais justo e eficiente, capaz de impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país. A aprovação do Marco Fiscal também é uma vitória relevante, pois sinaliza o comprometimento do governo em estabelecer diretrizes sólidas para o equilíbrio das contas públicas.
Além disso, a indicação de Cristiano Zanin para o STF demonstrou habilidade por parte do governo, ao passo de uma oposição morna na sabatina e plenário.
No entanto, não podemos ignorar a instabilidade que tem permeado a base de apoio do governo Lula no Congresso Nacional. Nos últimos meses, parlamentares de partidos da base têm votado contra as orientações do governo, demonstrando insatisfação com a gestão de Lula e descumprindo acordos prévios. Essas discordâncias e desgastes prejudicaram a governabilidade e dificultaram a aprovação de importantes medidas.
Segundo pesquisa do Ranking dos Políticos realizada em junho, a relação do governo Lula com o Congresso Nacional é mais bem avaliada pelo Senado Federal do que pela Câmara dos Deputados. Enquanto 42,9% dos senadores avaliam positivamente o governo, apenas 38,1% o avaliam negativamente. Já na Câmara dos Deputados, a maioria (51%) dos parlamentares avalia negativamente, com apenas um quinto (20%) analisando de forma positiva. Esses números refletem a necessidade de Lula fortalecer sua base de apoio na Câmara e melhorar o diálogo com os deputados.
A semana passada também foi marcada pelo crescimento em cinco pontos percentuais da aprovação do governo Lula (PT), que atingiu 56% em relação a abril. A desaprovação oscilou negativamente dois pontos e registrou 40% (Genial/Quaest), confirmando o bom momento.
Apesar das vitórias recentes, é fundamental que o governo Lula aprimore o diálogo com seus aliados no Congresso Nacional. O fortalecimento dos acordos e a busca por consensos são essenciais para garantir que as questões importantes para o governo sejam aprovadas antes do recesso parlamentar em julho.
Para isso, é necessário que o governo invista em uma comunicação mais efetiva e transparente, promovendo um ambiente propício ao diálogo e à negociação, bem como cumprindo acordos antes realizados, algo que nem sempre foi a regra neste primeiro semestre. Enquanto isso, a tendência ainda é de continuidade de instabilidades na base do Governo no Congresso a depender do teor dos projetos a serem votados.
*Por Tales Pauletti, Coordenador de Relações Governamentais do Ranking dos Políticos.