Nesta segunda-feira (24), a Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro, Maxwell Simões Corrêa, suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ) e do motorista Anderson Gomes, trazendo aos assuntos mais comentados do Twitter o nome de Celso Daniel. O caso Marielle ocorreu em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro, quando atingiram o carro em que estavam com 13 disparos.
A notícia do avanço nas investigações do caso veio por meio de uma publicação do Ministro de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Ele informou que a PF cumpriu um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão. Pouco tempo depois, internautas começaram a comentar questionando sobre a morte do ex-prefeito Celso Daniel, que ocorreu em janeiro de 2002.
Celso Daniel foi um importante político na região do ABC paulista. Foi prefeito de Santo André no final da década de 1980 e, mais tarde, deputado federal por São Paulo, cargo que ocupava quando foi morto aos 50 anos.
O crime
Vítima de um sequestro, ele foi encontrado dois dias depois, morto em Juquitiba, na Região Metropolitana de São Paulo, atingido por oito tiros.
A Polícia Civil investigou o caso e prendeu os sequestradores, concluindo o inquérito como um crime comum. O caso foi, no entanto, reaberto pelo Ministério Público, que chegou a um esquema de corrupção que teria resultado no assassinato do prefeito. O mandante teria sido o ex-assessor de Celso, Sérgio Gomes da Silva, conhecido popularmente como Sombra.
As teorias
O caso voltou ao noticiário em 2016, com a Operação Lava-Jato. À época, o então juiz Sérgio Moro relacionou o esquema com a morte de Celso Daniel.
Em um despacho, Moro afirmou a possibilidade de que “este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, o que é ainda mais grave”. A suposição de Moro, no entanto, nunca foi comprovada.
A tese continua sendo disseminada, até mesmo em outubro de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro, durante debate, em pergunta direcionada à Simone Tebet (MDB), acusou Lula de ter relação com o assassinato.
Em maio deste ano o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Mara Gabrilli (PSD-SP), bem como a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por divulgação de desinformação nas redes sociais contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT por terem os relacionados com a morte do ex-prefeito.
No Twitter, figuras públicas se manifestaram sobre o uso do nome de Celso Daniel. O ator José de Abreu comentou que “Parece uma confissão de culpa o gado ressurgir com Celso Daniel. E é”.
Em resposta a uma publicação do PT sobre “quem matou Marielle”, um internauta comentou “Oi, @ptbrasil. Vocês podem me auxiliar a reconhecer quem foi esse militante? Obrigado!”, com uma foto de Celso. Questionado por um usuário quem seria o homem da foto, a resposta foi “Celso Daniel, um suposto assassinato político encomendado”. Logo depois, o PT bloqueou o perfil do autor do tweet.