A Petrobras anunciou uma nova política de remuneração aos acionistas. Segundo cálculo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), isso reduziu cerca de R$ 5 bilhões o valor dos dividendos. A estatal anunciou que pagará R$ 15 bilhões pelo resultado do período. Isso já de acordo com a política que garante aos acionistas 45% do fluxo de caixa livre. Uma diferença entre a geração de caixa e os investimentos feitos pela companhia no trimestre.
Segundo Pierre Souza, professor de finança da Fundação Getúlio Vargas (FGV), já era esperado uma mudança significativa na dada a nova diretoria. “Como a gente diz no mercado, já estava precificado, de certa forma, essa mudança. O que acontece que veio como uma boa surpresa, é que se mostrou uma mudança não tão abrupta, ou seja, as regras para a distribuição de dividendo continuam parecidas”.
Pierre explica que a porcentagem distribuída diminui, mas ainda é uma porcentagem significativa, ou seja, as regras gerais não mudaram. “Ainda tem uma visão dos investidores que a Petrobras vai continuar sendo uma boa pagadora de dividendos e os recursos advindos de lucro vão ser distribuídos em grande parte para os acionistas, o que é bem-visto pelo mercado”, de acordo com ele o que não seria positivo seria uma redução muito drástica ou uma mudança ainda mais significativa na política de dividendos da companhia.
Política anterior
A política anterior previa o pagamento de 60% desse indicador. O Ineep calcula que, se mantida, geraria dividendos de quase R$ 20 bilhões. Maior acionista da estatal, o governo também perdeu dividendos: teria direito a R$ 5,7 bilhões na política anterior e acabará ficando com R$ 4,3 bilhões.
Após o anúncio da política, as ações da Petrobras operaram em forte alta nesta segunda-feira (31), ao fim da sessão a ação PN (PETR4) da companhia fechou com ganho de 4,54%.
