O Ministério do Meio Ambiente divulgou um levantamento na última quinta-feira (9), que registrou uma queda no desmatamento na Amazônia de 22,3% em um ano. Segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do período entre agosto de 2022 e julho de 2023 foram desmatados no bioma 9.001 km².
Desde 2019, é a primeira vez que a taxa de desmate fica abaixo de 10 mil km². Entretanto, as queimadas seguem em alta, principalmente na região do Amazonas. O Inpe informou que o estado registrou 3.858 focos de queimadas em outubro, o pior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1998.
O número é maior do que o recorde anterior, de 2.409 registrado em 2009, e do que o registrado no mesmo mês em 2022, quando o estado teve 1.503 focos. De acordo com os dados, as áreas mais afetadas foram os municípios de Careiro e Autazes, na região metropolitana de Manaus, e na divisa com os estados do Acre, Rondônia e Pará, no Sul do território.
Fumaça
Nas últimas semanas, Manaus, a capital do estado, tem sido coberta por uma nuvem de fumaça, levando os moradores a retomarem o uso de máscaras de proteção respiratória. De acordo com dados do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), a qualidade do ar em todos os setores da capital amazonense foi considerada “péssima”‘ no último fim de semana.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (09), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que “Nesse ano, nós tivemos um fenômeno identificado pelo Inpe, cerca de 37% dos focos de queimada se deram em florestas primárias, ou seja, nós já estamos passando por estresse hídrico da própria floresta, com baixa umidade, em que não necessariamente o incêndio está ocorrendo em área desmatada, mas na própria floresta primária. Isso é uma demonstração do efeito da mudança do clima incidindo sobre a floresta”.