Após a notícia de que secretários e assessores do Ministério da Justiça, chefiado pelo ministro Flávio Dino, receberam dentro do prédio da Pasta uma integrante do Comando Vermelho duas vezes neste ano, internautas utilizaram o X (ex-Twitter) para questionar o fato e até mesmo solicitar um impeachment.
A mulher, Luciane Barbosa Farias, 37, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, teria visitado o MJSP em duas ocasiões, uma em 19 de março, com Elias Vaz, que é secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino e dois meses depois, em 2 de maio, se reunindo com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
Visita inesperada
Em sua defesa, o ministério alegou que a participação de Luciane em reuniões foi sem o conhecimento prévio da administração e afirmou desconhecer a relação de Luciane com a organização criminosa.
Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, mais conhecido como “Tio Patinhas”, considerado o “criminoso número um” na lista de procurados pela polícia do Amazonas. Ele foi preso em dezembro do ano passado. Em uma postagem nesta segunda-feira (13), Flávio Dino afirmou o não conhecimento das reuniões realizadas na Pasta entre seus secretários e Luciane. “Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”, declarou Dino.
Assuntos mais comentados
Não mais que depressa, o ministério publicou uma portaria, nesta terça-feira (14), com novas regras para a entrada de visitantes ao Palácio da Justiça, a sede da pasta. Agora, todos os nomes deverão ser anunciados e enviados por e-mail com antecedência de, no mínimo, 48 horas, além de análise prévia da pessoa antes da liberação ao prédio do governo.
Nas redes sociais, a hashtag “ForaDino” logo foi aumentando o debate sobre as visitas. “O que aconteceu no Ministério da Justiça de Flavio Dino não ocorre em países sérios”, comentou um internauta.
O Movimento Brasil Livre (MBL) também se manifestou sobre o ocorrido: “são tantas coincidências”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não comentou sobre os fatos.