Por Alan Elbling
Em exatamente um ano (19/11/2024), os Estados Unidos vão participar de uma das eleições mais marcantes de sua história. O cenário mais provável é de uma revanche da eleição de 2020 entre Joe Biden e Donald Trump, apesar de os candidatos terem 81 e 77 anos, respectivamente. A candidatura para a presidência americana já está a todo vapor, e os candidatos estão arrecadando doações financeiras e viajando todo o país tentando gerar apoio para suas candidaturas.
Diferentemente da eleição de 2020, os papéis se inverteram: assim como Biden fez duras críticas a Trump em 2020, agora Biden sofre essas mesmas duras críticas. A pauta da eleição de 2020 foi o desempenho do governo Trump, principalmente na condução da pandemia de Covid. Já a pauta desta eleição de 2024 está sendo a performance do governo Biden nos últimos três anos, principalmente o enfraquecimento da economia.
De acordo com o New York Times, Trump está com 48% versus 44% de Biden para o ano que vem. Em um sistema eleitoral em que o candidato que ganha em determinado estado ganha o número de votos do colégio eleitoral daquela federação, a eleição se torna ainda mais preocupante para Biden, que está perdendo em cinco dos seis principais estados que geralmente decidem o pleito (Nevada +10 Trump, Geórgia +6 Trump, Arizona +5 Trump, Michigan +5 Trump, Pensilvânia +4 Trump, Wisconsin +2 Biden).
A principal razão para os números desastrosos de Biden nas pesquisas eleitorais é a percepção da população em relação à economia. Os eleitores, por uma margem de 59% a 37%, afirmam que confiavam mais em Trump do que em Biden na economia, a maior lacuna de qualquer questão na pesquisa. Bidenomics, como eles chamam as políticas econômicas de Biden, tem gerado uma das maiores inflações da história dos Estados Unidos. A inflação americana chegou a um recorde de 9,1% em julho de 2022 (recorde em 40 anos), e mesmo hoje está em 3,4%, quase o dobro da média do governo Trump, 1,9%.
Bidenomics consiste em alguns pilares fundamentais como aumentar os impostos para as grandes corporações e “super-ricos”, fazer investimentos públicos em diferentes setores, como infraestrutura, e empoderar os sindicatos dos trabalhadores de diferentes segmentos, para aumentar os salários dos trabalhadores. Mas essas políticas econômicas de Biden só fortalecem o governo e enfraquecem as empresas e a estabilidade econômica do país. Os que mais sofrem são sempre os mais pobres e as pequenas empresas, que estão sentindo o efeito da inflação no aumento dramático do custo das mercadorias, enquanto os salários continuam estagnados.
Principalmente em um momento de incerteza econômica no país, Biden deveria ter feito exatamente o oposto, desinchado o Estado e deixado as empresas trabalharem e gerarem emprego, para conseguirem conter a inflação. Os americanos estão sentindo na pele o efeito das políticas públicas do governo Biden, e, se não houver uma melhora significativa nas políticas e nos números econômicos dos Estados Unidos, ele terá grande dificuldade para se reeleger.
• https://www.nytimes.com/2023/11/05/us/politics/biden-trump-2024-poll.html
• https://www.macrotrends.net/countries/USA/united-states/inflation-rate-cpi