O senador Sérgio Moro (União-PR) prestou depoimento ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, nesta quinta-feira (07). O caso é referente a uma ação eleitoral que pode levar à cassação de seu mandato.
No depoimento, Moro alegou ser alvo de “perseguição” nos processos, e se limitou a responder apenas às perguntas do juiz que conduziu o depoimento. Ele escolheu ficar em silêncio nas questões formuladas pelos advogados do Partido Liberal (PL) e da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), que ajuizaram a ação.
“Eu me sinto agredido e não me sinto confortável em participar de um teatro”, justificou Moro. O depoimento durou menos de uma hora.
Desequilíbrio eleitoral
A investigação começou em junho, quando o TRE-PR decidiu analisar em conjunto duas ações de investigação contra Moro. Quem apresentou uma das peças foi a federação PT/PV/PCdoB, enquanto a outra era do PL do Paraná.
Resumidamente, o PL sustenta ter havido “desequilíbrio eleitoral” devido a supostas irregularidades na campanha de Moro, a começar por sua filiação ao Podemos. O partido questiona também o fato de o ex-magistrado ter se lançado pré-candidato à Presidência e depois migrar para o União parar concorrer a senador.
Enquanto isso, a peça da federação encabeçada pelo PT parte de uma argumentação semelhante. O texto sustenta haver indícios de que Moro utilizou recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, além de “movimentações financeiras suspeitas”, para projetar sua imagem de pré-candidato, “independentemente do cargo em disputa”.
Defesa
A defesa de Moro afirmou que o conteúdo da pré-campanha esteve “em acordo com a legislação eleitoral” e que “nenhum ato de pré-campanha foi identificado com o intuito de promover ou solicitar pedido de votos”.
“Falaram que tinha caixa dois, desvio, mas quando se vê nos processos, não tem nada, não tem prova nenhuma disso, porque esses fatos não ocorreram”, afirmou o senador à imprensa.