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A origem das férias, do lazer e dos finais de semana

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Por Deborah Palma*

É senso comum que os sindicatos propiciaram o lazer, as férias e os finais de semana. Mas, será que isso é realmente verdade? Como era o padrão de vida antes da Revolução Industrial, período no qual as pessoas trabalhavam tanto?

O capitalismo e a sociedade evoluem juntos, uma vez que nenhum dos dois fatores citados acima são estáticos. O comércio sempre existiu por conta da necessidade dos indivíduos, independentemente da regulação dos mercados. Os nossos primeiros ancestrais não se preocupavam com o tipo de moradia que desejavam ter, haja vista outras preocupações mais imediatas, como o que iriam comer cada dia. Antes do capitalismo, a expectativa de vida não passava dos 30 anos pela falta de tratamentos médicos, por exemplo, em que uma doença considerada banal atualmente dizimava comunidades inteiras.

Conforme o estudo do Our World in Data, em meados de 1800, tínhamos aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro. Além disso, houve também o crescimento de riqueza em conjunto com o aumento populacional, de acordo com a constante busca do indivíduo de prosperar, sendo inerente à evolução natural da sociedade:

Não é à toa que temos maior prosperidade nos países que usufruem da liberdade econômica, priorizando o empreendedorismo, a propriedade privada, a livre iniciativa e a inovação. A principal razão deste fato é a geração de empregos, através do contínuo aumento de capital investido per capita, do avanço tecnológico e do aumento intelectual (o que não vemos na educação estatal, que preza por uma sociedade ignorante, submissa e dependente).

Os dois problemas dos sindicatos são:

  1. O seu parasitismo social que não busca produzir, gerar valor e só parasita a vida dos trabalhadores, independentemente da vontade pessoal de cada empregado de sustentar o sindicalismo.

Dessa forma, os sindicatos interferem na liberdade individual dos trabalhadores para se sustentar, como por exemplo, a criação da contribuição assistencial, comparada à volta do imposto sindical, no valor de 1% ao ano. Este imposto foi extinto em 2017 no governo do Michel Temer, resultando na diminuição de greves, sindicatos designados a parlamentares e recolhimento. Antes desse período, os sindicalistas, federações, confederações e centrais sindicais pagavam mais de 3 bilhões de reais ao ano pela contribuição compulsória, abatida em folha. Vale destacar que essa quantidade de dinheiro corresponde a um dia de trabalho. O Brasil possui em média 16.700 sindicatos que são financiados com o dinheiro do trabalhador, enquanto ao redor do mundo possui cerca de 1600. Diante do exposto, as consequências são o encarecimento de custos administrativos e o desemprego, visto que a contratação e a manutenção dos trabalhadores ficarão mais custosas.

2. Não suficiente, os sindicatos defendem políticas econômicas contrárias ao capitalismo, à prosperidade e ao desenvolvimento de uma nação – inclusive, a eles próprios. Além disso, colhem os créditos gerados pelo próprio capitalismo, porque nada tiram de suas atividades. Recentemente, o Ministério do Trabalho e Emprego busca dificultar o trabalho e a abertura de empregos, proibindo a funcionalidade do comércio nos feriados e domingos. Em contrapartida, se a empresa operar nesses dias, será obrigada a ressarcir o trabalhador com pagamento de horas extras em dobro, sendo acertada com convenção coletiva. Essa nova diretriz foi assinada pelo ministro Luiz Marinho, instituída pela portaria 3665 e publicada no Diário Oficial da União no dia 14 de novembro. Contudo, a Câmara determina urgência para impedir essa restrição de trabalho aos feriados e domingos. A aprovação dessa medida acarretará a queda de produtividade; aumento de custos; desemprego; implicações no comércio e serviço, principalmente no setor de varejo e hospitalidade, onde necessitam de horários flexíveis e dificuldade de crescimento contínuo para pequenas empresas.

Hoje temos acesso a férias e a finais de semana por conta do capitalismo, visto que foi através dos investimentos em capital – máquinas, equipamentos e novas instalações – tivemos um aumento da produtividade marginal dos trabalhadores ao longo do tempo. Isso significa que o capitalismo proporcionou uma quantidade menor de trabalho, aumentando a produção por meio da inovação. Assim sendo, a concorrência por mão-de-obra foi aumentando, com os empregadores competindo entre si para contratar os melhores empregados, através de maiores salários e menos horas trabalhadas.

É evidente que nem todos os empregadores foram suscetíveis à concorrência do mercado, mas tinham a liberdade de escolha de ignorar essas mudanças intrínsecas ou se adaptarem para não ficarem para trás.

Ao contrário do que muitos pensam, os sindicatos não foram responsáveis pela vasta diminuição do trabalho infantil. Antigamente, os jovens saíam do campo e iam para a cidade para trabalhar, mesmo com as condições severas nas fábricas e com carência de segurança. O ponto é que eles não foram por livre e espontânea vontade, mas por questão de sobrevivência, da necessidade de mudar a realidade daquela época. Porém, através da concorrência capitalista, mediante a busca de melhoria, inovação e otimização de processos, os trabalhadores foram aumentando o seu salário real. Em outras palavras, foi por meio dos investimentos em capital em conjunto com o aumento da produtividade que tivemos uma melhoria de qualidade de vida, aumentando a quantidade de pessoas com um maior salário em termos reais, ocasionando na liberdade da mudança de padrão de vida e da escolha de colocar seus filhos para estudar numa escola ou em casa.

No que tange à segurança do trabalho, observe que o ambiente empregatício atual é muito mais seguro, inovador e menos cansativo do que no século XVIII, por exemplo. É indiscutível que o desenvolvimento econômico e social, maior qualidade de vida e a segurança são oriundos do capitalismo e da acumulação de capital que ocorreu nos séculos posteriores. Além disso, é importante enfatizar que os sindicatos sempre se opuseram aos investimentos em tecnologias com a justificativa de que iria destruir empregos em massa. Em vista disso, o que ocorre no mundo capitalista é a destruição criativa. O economista austríaco Joseph Schumpeter esclarece a sua definição, relatando que vivemos em um mundo que está em constante evolução. Essa “destruição” origina novos empregos que facilitam a vida humana.

Outro fato a ser analisado é que os sindicatos são os maiores defensores de regulamentações, burocracias e tributações de empresas, ocasionando na queda de capital, redução de contratações e de salários, dificuldade do empregador para melhorar a segurança do trabalho, causando impacto na qualidade de vida dos indivíduos, principalmente dos mais vulneráveis financeiramente.

Em consequência disso, vale ressaltar que, quanto mais dificuldade um país tem para aumentar a sua produtividade, os produtos e serviços serão mais escassos e custosos, sendo imprescindível uma maior liberdade e facilidade para produzir, inovar, gerar empregos e aumentar em termos reais a renda.

*Deborah Palma é consultora e mentora financeira pessoal, escritora de artigos publicados no Instituto Millenium, IFL e Instituto Liberal e educadora financeira. Membro do IFL-Salvador.

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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