Por Adolfo Schneider
O tempo é a moeda da sua vida. É única moeda que você tem, e somente você pode determinar como ela será gasta. Tome cuidado para não deixar que outras pessoas a gastem por você. – Carl Sandburg
Estamos subestimando o valor do tempo. Não somos sequer milionários quando esse é o assunto: temos em média 600.000 horas de vida. Submetemo-nos a trabalhos que darão o dinheiro que julgamos suficiente para trazer alguma felicidade. Podemos passar a vida correndo atrás de um contracheque expressivo, mas será que nossas horas valem isso? Muito dinheiro e nenhum controle sob o tempo é a receita para a vida miserável. Portanto, a verdadeira riqueza está na abundância de tempo livre. Valorize-o de acordo.
O progresso humano é baseado na economia desse bem tão precioso. A afirmação popular “tempo é dinheiro” não existe por acaso. Criamos tecnologias e negócios com o objetivo de reduzir as horas que perdemos em atividades necessárias e não prazerosas. Seja Amazon, Google ou Apple, as maiores empresas do mundo são aquelas que provaram ser as mais efetivas em salvar o nosso tempo. Uma vez que essas empresas vendem economia de tempo podemos afirmar que ganhar dinheiro e poupar são formas de economizá-lo no futuro. A moeda, então, pode ser vista como uma ferramenta de armazenamento desse recurso.
Contudo, lembremos que nossas horas são finitas, a moeda que usamos não. Desde 1971, o dinheiro não possui nenhum limite de emissão, perdendo assim sua característica mais importante. Dessa forma, o trabalhador está trocando algo altamente escasso por um ativo abundante e ilimitado, cuja oferta é ditada por outros indivíduos. Essa moeda não é capaz de armazenar tempo e forma uma sociedade voltada ao imediatismo que, por muitas vezes, prefere endividar-se e trocar tempo futuro por consumo presente.
Às vezes damos como garantido o tempo de vida que temos e não percebemos as diferentes formas com que nossas horas esvaem-se. Além de sermos seletivos em nossas atividades ou quanto as pessoas com que convivemos, temos que entender o papel do dinheiro nesse aspecto. Gostando ou não, a moeda desempenha uma função essencial em nossas vidas. Assim como o nosso tempo, precisamos que essa seja verdadeiramente escassa e não esteja sob o controle de terceiros.