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Que bom que existem bilionários

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Por Raul Kazanowski*

Comumente se vê, no debate público brasileiro, a frase “bilionários não deveriam existir”. Quem diz isso pensa fazê-lo em nome de uma melhor distribuição de renda, mas comete diversos equívocos lógicos e econômicos.

O maior deles é acreditar na falácia de que a economia é um jogo de soma zero: para alguém ganhar, alguém tem de obrigatoriamente perder. Mas há muito se sabe que isso não é a realidade. A teoria subjetiva do valor já demonstrou que o valor de um produto ou serviço não está no produto ou no serviço em si, e sim na mente de quem quer adquiri-lo. Ou seja, duas pessoas podem atribuir valores diferentes para o mesmo produto e assim negociarem-no pensando que estão ganhando. Alguém só vende um carro quando pensa que o dinheiro recebido vale mais que o carro. E alguém só compra um carro quando pensa que o carro vale mais do que o dinheiro pago. Se comprador e vendedor pensam que ganharam, a economia não é um jogo de soma zero.

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E se ambas as partes ganham ao transacionarem, o indivíduo que mais transaciona e acumula capital decorrente dessas transações não está subtraindo nada de ninguém, pelo contrário, está proporcionando valor às pessoas quando transaciona com elas.

Ninguém está ficando mais pobre porque o Jeff Bezos está ficando mais rico. Ele fica rico pois é o maior acionista de uma empresa que cria valor ao oferecer um serviço que é muito apreciado pela sociedade como um todo. As pessoas compram na Amazon porque entendem que têm algo a ganhar com isso.

E se as pessoas entendem que ganham ao comprar na Amazon em vez de comprar em qualquer outro lugar, o lucro da Amazon aumenta, consequentemente as suas ações se valorizam, e o Jeff Bezos fica mais rico, sem que ninguém fique mais pobre – pelo contrário, a sociedade está mais confortável com o serviço prestado pela Amazon.

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O processo que faz com que um indivíduo se torne bilionário é necessariamente um processo pelo qual ele proporciona um serviço ou um produto que gera valor: quanto mais valor gerado, maior a fortuna desse indivíduo. No raciocínio inverso: quanto mais processos que geram bilionários, maior é o número de produtos ou serviços de grande valor para a sociedade.

O mundo está melhor ou pior com a Amazon? Com a Tesla? Com a Microsoft? Com a Apple? São todas empresas que criaram valor, tornaram o mundo um lugar mais confortável e consequentemente tiveram milhares de clientes que valorizaram as suas ações, tornando os seus fundadores bilionários.

Então, que bom que bilionários existem, do contrário talvez você não estivesse lendo este texto na tela do seu aparelho tecnológico desenvolvido e comercializado pela empresa de algum bilionário.

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*Raul Kazanowski é associado do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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