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O problema do Brasil não é Brasília; o problema é o cidadão conivente

Brasilia

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Por Victória Peixoto*

A adequação da Lei de Liberdade Econômica (Lei nº 13.874/2019) nos municípios é um marco fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil. A lei, que visa simplificar a abertura de negócios e reduzir a burocracia, representa um avanço na relação entre Estado e iniciativa privada, permitindo um ambiente mais dinâmico para quem deseja empreender. No entanto, o processo de aprovação em muitas Câmaras Municipais evidencia não apenas o desleixo de alguns representantes, mas também a falta de envolvimento crítico por parte dos cidadãos que deveriam cobrar por melhorias e coerência em tais deliberações.

A capital Campo Grande, por exemplo, conseguiu aprovar a Lei de Liberdade Econômica em nível municipal — um feito que contou até com o apoio de um partido normalmente mais reticente quanto a iniciativas de liberdade econômica. No entanto, a legislação foi sancionada com uma série de concessões e brechas que reduzem sua eficácia, como a necessidade de decretos municipais para determinar as atividades consideradas de baixo risco. Essa burocracia adicional dificulta o avanço econômico, especialmente em um município com potencial para se destacar, como Campo Grande, como a capital da Rota Bioceânica. Para piorar, o projeto de lei foi aprovado em regime de urgência, sem o devido tempo para análise em comissões e sem que muitos vereadores tivessem sequer lido o conteúdo integral do texto, segundo seus próprios relatos. Este tipo de conduta levanta um alerta preocupante quanto ao compromisso dos nossos representantes locais.

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Esse exemplo revela um problema recorrente nas Câmaras Municipais pelo país: a ausência de um debate robusto e criterioso sobre temas que impactam diretamente a população. A raiz dessa questão, no entanto, vai além de Brasília. Ela começa em cada cidade, em cada Câmara Municipal, e também na postura passiva de muitos cidadãos que, ao não se envolverem, deixam de exercer seu papel essencial no funcionamento da democracia.

*Victória Peixoto é líder LOLA no Mato Grosso do Sul, formada em ciência política e também é fellow Maria Oropeza no programa de ativismo LOLA

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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