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Declínio populacional global: um novo desafio para o futuro econômico

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Por Matheus Gonzalez*

Desde a década de 1960, o mundo tem observado uma queda contínua nas taxas de fertilidade. Países na Ásia Oriental, como Japão, China e Coreia do Sul, estão entre os mais impactados, apresentando taxas de fertilidade 65% abaixo do nível de reposição populacional. No Sudeste Asiático, Brunei, Indonésia, Malásia e outros países também testemunham taxas de natalidade insuficientes para manter suas populações. Na América Latina, Bogotá e Cidade do Méxicoapresentam taxas de fertilidade inferiores a um nascimento por mulher, enquanto na Europa a população encolhe há quase meio século. Nos Estados Unidos, estima-se que o crescimento populacional atinja seu pico em 2080 para então iniciar um declínio.

A taxa de mortalidade, sem uma compensação proporcional nas taxas de natalidade, cria um desafio estrutural para o mercado de trabalho e crescimento econômico. O envelhecimento das populações implica pirâmides demográficas invertidas. Estima-se que, até 2050, na China, a idade mediana ultrapassará os 50 anos e 10% da população terá mais de 80 anos, impactando na redução de 25% do mercado de trabalho.

Esse cenário exige adaptações econômicas. A prosperidade dependerá de economias abertas, do livre comércio de bens, serviços e capitais, para mitigar os efeitos da diminuição populacional. A imigração emergirá como fator crucial, uma vez que o influxo de talentos aumentará o mercado de trabalho e impulsionará o crescimento econômico

Esse fenômeno tem múltiplas explicações e profundos impactos e reflete transformações nasescolhas individuais, econômicas e culturais, bem como nas estruturas familiares. Muitas pessoas agora valorizam sua independência, a autorrealização e a conveniência, o que reduz o desejo e a disponibilidade de constituir família.

O conceito tradicional de família passa por uma revolução, com relações temporárias, convivências sem laços matrimoniais e aumento do número de pessoas que desejam viversozinhas. Ainda, há uma crescente substituição de filhos biológicos por adoção de “filhos” de outros tipos, como animais de estimação e até plantas.

Enfrentar a consequência de nossas escolhas é o nosso papel como indivíduos. A mudança está dentro de cada lar.

Matheus Gonzalez é associado do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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