Desde março de 2023, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou três pedidos de soltura para a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, presa por participação nos atos de 8 de janeiro.
Débora tem dois filhos menores de idade e está presa por pichar “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, em frente ao prédio do STF, na Praça dos Três Poderes. A pichação foi uma referência à frase dita em tom de deboche pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso em 15 de novembro de 2022, para manifestantes contrários à sua presença, durante uma viagem a Nova York.
A última negativa à soltura de Débora ocorreu em 27 de setembro de 2024. Na decisão, Moraes disse que ela se envolveu em condutas “graves” e apresenta “periculosidade social”.
A Procuradoria-Geral da União (PGR) acusa Débora de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
“É com profunda indignação que viemos a público denunciar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que negou a soltura de Débora. Esta determinação representa uma grave violação dos direitos humanos e reflete uma clara perseguição política. Pura perversidade! Débora não é uma criminosa, mas uma mãe dedicada e uma cabeleireira honesta, sem qualquer antecedentes criminais”, declarou a defesa em resposta.
Não existem provas documentadas de que Débora tenha participado de atos de violência ou sequer entrado nos pŕedios invadidos. Em agosto do ano passado o STF formou maioria para torná-la ré, mas sem data prevista para julgamento.