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O que aconteceu com o Canadá?

Justin Trudeau - Canadá

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Por Guilherme S. Esparza*

O Canadá é o segundo maior país do mundo em extensão territorial localizado na América do Norte, acima dos Estados Unidos. Mesmo sendo grande em tamanho, conta com uma população de 41 milhões, menor que a do estado de São Paulo, com 44,5 milhões. Além disso, o Canadá é um país mundialmente conhecido pelas suas cidades com alta qualidade de vida, pelo seu clima frio e por ser o destino dos sonhos de milhares de imigrantes ao redor do globo. 

Porém, mesmo com todas estas qualidades, o sonho canadense tem ficado cada vez mais distante, e o atual cenário do país representa a consequência de um progressismo aplicado em larga escala, o que assustou seus cidadãos e afastou potenciais imigrantes. Mas, como se chegou a essa situação?

A situação começa a partir de 2015, quando Justin Trudeau, agora ex-primeiro-ministro, assumiu o poder e, desde que assumiu, acumulou uma série de ações e posicionamentos que permitiram com que o país entrasse numa gelada, em uma terra já conhecida pelo seu frio. Conhecido pelo seu perfil abertamente progressista, também veio de uma família com histórico político. Seu pai, Pierre Elliott Trudeau, foi primeiro-ministro canadense de 1968 a 1979 e de 1980 a 1984, considerado um dos maiores nomes políticos de esquerda do país e um dos responsáveis pelo Canadá moderno. 

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Com este histórico, era de se esperar que seu filho seguisse o mesmo legado de seu pai. Em seu governo, Justin Trudeau participou ativamente das Paradas do Orgulho LGBTQ+, declarou-se publicamente feminista e criou o Dia Nacional da Verdade e Reconciliação a fim de mostrar empatia com os povos indigenas. Não sendo suficiente, aprovou uma alteração do hino canadense no trecho “In all thy sons command (Em comando, todos os filhos) para “In all of us command” (Em comando, todos nós), com a justificativa de torná-lo mais inclusivo. No campo econômico, defendeu abertamente o ambientalismo, fez investimentos na infraestrutura e fez uma ampliação dos programas sociais.

Durante seu governo, o primeiro-ministro transformou o Canadá de um país estável para um país com terreno fértil para a implementação de ideias progressistas em proporções nunca antes vistas. Porém, em nome da igualdade, da diversidade e do progressismo, o Canadá mergulhou em seu próprio caos. Crises políticas se tornaram comuns, projetos de lei promovendo a censura em nome da igualdade de gênero foram aprovadas (como o Bill C-16) e a imigração desenfreada foi levada adiante, culminando no aumento do custo de vida e dos aluguéis.

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Todas estas ações geraram uma série de desconfortos e críticas. Grandes cidades como Toronto, Montreal, Ottawa, Calgary e Vancouver se veem agonizadas com o excesso de imigrantes, a falta de infraestrutura, e o aumento fora do normal nos preços dos imóveis. Áreas centrais, com seus espaços ociosos, foram transformadas em espaços de consumo livre para drogas, o que atraiu moradores de rua e pessoas mentalmente incapacitadas, assustando os moradores locais e aumentando o sentimento de insegurança.

E a população, indignada, resolveu buscar mais informações sobre o passado de Trudeau. Em 2019, foram reveladas fotos em que o primeiro-ministro foi visto fazendo Blackface em uma festa árabe no ano de 2001, época em que ainda era professor. No ano seguinte, em 2020, quando o país era assolado pela pandemia de COVID-19, o governo impôs medidas pesadas de lockdown. Entretanto, em 2022, o governo se utilizaria da mesma coerção para intimidar e coagir caminhoneiros que se recusassem a se vacinar, levando a uma greve dos caminhoneiros por todo o país.

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E as crises não pararam desde então. O auge veio em Novembro de 2024, quando seu país vizinho, os Estados Unidos, reelegem o republicano Donald Trump. Incomodado com a situação, o primeiro-ministro acaba se divergindo de sua ministra das finanças, Chrystia Freeland, sobre a forma que o governo cadadense deveria agir diante das tarifas impostas por Trump em seu governo. A situação chegou a um impasse, e a ministra optou pela renúncia em Dezembro, ampliando a instabilidade no governo canadense.

Enfim, a conta do progressismo chegou. Os canadenses se cansaram dos excessos de Justin Trudeau, assim como seu próprio partido, levando-o a renunciar antes mesmo das eleições federais, ofuscando o seu legado político e a sua imagem de primeiro-ministro carismático e progressista. Se o Canadá irá se libertar ou se aprofundar das amarras do progressismo, só o tempo poderá dizer, porque agora os próprios canadenses se perguntam: “O que aconteceu com o Canadá?”.

*Guilherme S. Esparza é coordenador do Instituto Atlantos e do Students for Liberty Brasil

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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