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“Alexandre, não cumpriremos ordens ilegais”: leis e decisões absurdas ao longo dos anos

Rumble, Alexandre de Moraes - Leis e decisões absurdas

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*Por Sara Ganime

Quem diria que um ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro estamparia manchetes em todo o mundo? Não por tomar uma decisão justa que entrou para a história, mas sim por ser processado por dois grandes grupos de comunicação, incluindo a empresa do presidente dos Estados Unidos. 

A batalha entre Rumble, Donald Trump e Alexandre de Moraes reacende um debate fundamental. Até que ponto as leis e o Judiciário podem impor restrições sem ferir princípios democráticos? O CEO da Rumble deixou claro: “A Rumble não cumprirá suas ordens ilegais. Em vez disso, nos veremos no tribunal”, escreveu no X, nesta quarta-feira (19). 

Essa questão vai além dos acontecimentos atuais. Ao longo da história, inúmeras leis e decisões judiciais foram tomadas sob o pretexto de “ordem pública”, mas acabaram sendo amplamente injustas e autoritárias. O Brasil já viveu momentos sombrios de censura, assim como outros países. 

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Entre 1877 e 1965, os Estados Unidos proibiram negros de frequentar os mesmos locais que brancos, por meio das Leis Jim Crow. Ainda nos Estados Unidos, o Caso Dred Scott, em 1857, a Suprema Corte determinou que negros não eram cidadãos e não poderiam recorrer à Justiça. 

Não tão distante dos tempos atuais, a África do Sul sofreu com o Apartheid. Leis que segregavam brancos e negros e privavam a população negra de direitos básicos como o voto e o acesso a determinados locais públicos. 

Já na Alemanha, o regime nazista em 1935 instituiu as Leis de Nuremberg, que tiraram os direitos civis dos judeus no país. Nesse sentido, foram proibidos de exercer diversas profissões e de se casar com alemães de sangue ou ascendência alemã. Esse foi só o início do que resultou no holocausto.

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Enquanto isso, em 1871 o Brasil assistiu a Lei do Ventre Livre, que na teoria declarava livres os filhos de escravas nascidos após a lei. Mas na prática, essas crianças ficavam sob tutela dos senhores até a idade adulta. 

Dentre outros tantos acontecimentos, o mundo continua a ver leis e decisões judiciais que não são justas. Ministros que ocupam cadeiras no STF tomam decisões baseadas em crenças pessoais e interesses políticos. Derrubam contas nas redes sociais de quem os critica publicamente e os colocam em uma inquérito chamado de “fake news”, mas que só vale para quem diz informações negativas sobre esses ministros.

Assim como muitos dos exemplos acima, justificam essas derrubadas e prisões dos atos de 8 de janeiro como luta pelo “bem comum” ou “defesa da democracia”. Mas o tempo passa e a verdade revela as reais intenções de cada ação. 

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Até que ponto o Judiciário pode interferir na liberdade de expressão, especialmente em plataformas estrangeiras? O processo contra Alexandre de Moraes nos EUA pode ser um divisor de águas. Caso ganhe força, o Brasil poderá enfrentar um questionamento internacional sobre o uso do Judiciário como ferramenta de censura. Quem sabe isso não mude os rumos da história da liberdade de expressão no Brasil? 

*Sara Ganime é editora-chefe do Boletim da Liberdade e fellow do Maria Oropeza Activism Fellowship do Ladies of Liberty Alliance (LOLA)

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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