Mesmo passados dez dias, os ecos do Fórum da Liberdade 2025 ainda ressoam nas redes e nos bastidores da política nacional. Com uma programação intensa que passou por temas como liberdade de expressão, liderança, desestatização e turismo sustentável, o evento realizado em Porto Alegre reuniu milhares de participantes e trouxe debates contundentes — especialmente contra os abusos do Supremo Tribunal Federal.
O FL reafirmou sua importância como maior evento sobre política e economia da América Latina ao reunir mais de 6 mil participantes entre os dias 3 e 4 de abril em Porto Alegre. Além das tradicionais palestras no palco principal, esta edição contou com dois palcos complementares onde foram realizados painéis de discussão.
Turismo sustentável
No espaço FL Brands, o painel de abertura do evento, promovido pelo Grupo Iter, discutiu alternativas para o fomento do turismo sustentável. O diretor de Relações Institucionais do Grupo Iter, Paulo Gontijo, destacou a oportunidade do turismo para gerar desenvolvimento comercial e a necessidade de parcerias privadas para conservar o meio ambiente.
A secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, citou benefícios dessas parceiras, como a ampliação de investimentos nas unidades ambientais. Por fim, o gerente de Projetos do Instituto Semeia, Carlos Falcão, destacou que parques preservados atraem mais visitas, e citou exemplos de áreas de conservação bem protegidas onde há parcerias com o setor privado, como o Parque de Fernando de Noronha, Vila Velha e o Parque Campos do Jordão.
Churchill no FL
A abertura do espaço Talks, organizado pela Apex, foi com o painel sobre lições de liderança de Winston Churchill. O painel fez parte das exposições temáticas sobre o líder britânico, que marcaram esta edição do Fórum. A homenagem teve apoio da Churchill Society Brasil, instituição presidida pelo professor e cônsul honorário do Reino Unido no Rio Grande do Sul, Ricardo Sondermann.
Liberdade de Expressão
Ainda no primeiro dia do evento, o advogado constitucionalista André Marsiglia e o ex-presidente do IEE, Sergio Lewin, protagonizaram um debate sobre o Estado de Direito no Brasil. Ambos teceram críticas aos abusos cometidos pelo Supremo Tribunal Federal. “A Suprema Corte se tornou uma grande delegacia de polícia. Do jeito que a coisa está, o judiciário não vai recuar sozinho. Isso depende dos outros poderes.”, afirmou Lewin.
Marsiglia destacou a situação de anormalidade jurídica em que o país se encontra: “Defender o texto constitucional hoje é um ato revolucionário. Nossas autoridades não estão mais interessadas na busca da verdade. Não vejo sinal deles (ministros do STF) desestruturarem o aparato autoritário construído nos últimos 6 anos. Há um sentimento de corpo estratégico, eles não têm como recuar.”, concluiu.
Outros painéis também trataram sobre o rumo da educação e do movimento estudantil no Brasil, a desestatização da economia brasileira, formas de retirar capital do país, a situação do agronegócio nacional, entre outros temas que marcaram os dois dias de palestras. O debate entre o escritor Roberto Rachewsky e o lutador de MMA Renato Moicano tratou dos desafios para comunicar os valores liberais com clareza e alcance. “Não cabe ao movimento liberal dizer como a sociedade deve ser”, reiterou Rachewsky, ao comentar que o projeto políticos dos liberais não pode ditar regras sobre como as pessoas devem viver. “Você não pode dar nada que alguém não esteja disposto a receber. A salvação é individual.”, complementou Moicano.
