Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão, como nos ensinou o pensador austríaco Ludwig von Mises. É com esse propósito e foco que inauguramos a coluna do Instituto de Estudos Empresarias no Boletim da Liberdade: para debater ideias e temas que estejam na pauta das discussões no Brasil e no mundo, promovendo sempre os conceitos de liberdade.
O IEE (Instituto de Estudos Empresarias) é uma entidade sem fins lucrativos, que nasceu há 35 anos, em meio à ditadura no Brasil, com o objetivo de formar jovens lideranças. Desde lá, preparamos empresários que valorizam a liberdade individual, o Estado de Direito e a Democracia. Temos compromisso com instituições inclusivas que geram prosperidade, incentivando líderes a criarem espaços de liberdade.
A partir de nossos eventos e da produção de conteúdo, buscamos fomentar o debate com políticos, empresários, intelectuais e entidades de classe, independentemente da visão ideológica e política de cada um, com o intuito de impactar e incentivar o compartilhamento de ideias para o avanço do cenário político, econômico e social do país.
Um desses espaços é o Fórum da Liberdade, conferência voltada ao público em geral que acontece desde 1988 e se estabeleceu como o maior fórum de intercâmbio de ideias da América Latina, assim reconhecido pela Revista Forbes. O evento atinge, a cada edição anual, cerca de mais de 5 mil pessoas presencialmente e mais de centenas de milhares de forma online.
No Brasil atual, certamente estamos enfrentando enormes desafios, talvez os maiores dos últimos 35 anos. Além de uma crise política e econômica, nos vemos diante da pandemia da Covid-19. Isso que, em se tratando de Brasil, desafio e crise parecem ser uma constante. Todavia, em tempos de tantas incertezas, a ilusão de que é o Estado quem deve resolver nossos problemas é ainda mais latente na cabeça da maioria dos brasileiros.
“Precisamos sempre incentivar o debate de ideias e o projeto de país e de sociedade que gostaríamos de ter”
A crise do coronavírus é urgente, mas passageira e atípica. Não podemos confundir com a crise econômica que o Brasil enfrenta desde 2014, fruto de um Estado inchado e de medidas protecionistas. Misturar as duas crises equivale a comprometer nossa capacidade de recuperação no futuro e a perpetuar uma crise que por si só já é muito grave e profunda. Nessas horas, surgem também muitos pedidos oportunistas que se valem do grave contexto para obter benefícios. Todo cuidado é pouco, porque estamos colocando nosso futuro em risco. E para o rombo de contas públicas, não há qualquer vacina que previna da pobreza e do caos.
Muitas pautas econômicas importantes ficarão de lado neste longo período de quarentena, mas devemos aproveitar este momento para refletir de que forma iremos proteger as pessoas no mundo pós-Covid-19, como sairemos desta crise, com qual tamanho de Estado, e que tipo de Brasil queremos para os que sobreviverem à pandemia.
Diante disso, reforçamos o que foi mencionado no começo desse breve artigo: precisamos sempre incentivar o debate de ideias e o projeto de país e de sociedade que gostaríamos de ter. Utilizaremos este espaço para que os associados do IEE possam discutir e opinar sobre os temas que estão em pauta no país e no mundo. O nosso objetivo será sempre o mesmo que move o IEE: construir um Brasil mais próspero e, principalmente, mais livre.
Continuaremos cumprindo com a nossa missão de preparar líderes para criarmos mais e mais espaços de liberdade. Seguiremos fazendo o nosso papel, ainda que uma pandemia tenha dado aos governantes a desculpa perfeita para limitar as liberdades individuais. Estaremos aqui, com a chama acesa para superá-lo. Afinal, como já nos ensinou John Curran: o preço da liberdade é a eterna vigilância.
Júlia Evangelista Tavares – Presidente do Instituto de Estudos Empresariais