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Uma resposta a Michael Moore

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Bem, Joe Biden está eleito. Donald J. Trump esperneia, mas voltará para casa. Assim é a democracia.

Trump venceu Hillary em 2016. Após a eleição, por aqui, em 2018, reservei um tempo para visitar os discursos daquela campanha e encontrei um muito especial. Michael Moore fez. Em estilo de palestra, na jaula do leão Trump, Ohio, em defesa da candidatura da senadora Hillary Clinton.

Moore é escritor crítico, ele tem todo o jeitão de jornalista e é um orador fantástico. Li muita coisa dele e já devo ter assistido todos os documentários feitos por ele. Em novembro de 2019, eu comentei o discurso/palestra do Moore em Ohio, a favor da Hillary. Algo sensacional.

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Volto a ele, depois da derrota de Donald Trump, para complementar o trecho que transcrevi no meu espaço com o título “O discurso é uma música”. Aquele, de fato, foi. Teve melodia, harmonia e ritmo, como gostava Rubem Alves, outro escritor excelente. Já falecido.

No meu blog com cara de site, compartilhei o discurso completo do Moore, que está disponível no YouTube. O trecho que transcrevi, encerrei com a seguinte passagem: “A eleição do Trump será o seu grito de “Foda-se o sistema. O maldito sistema. E todos se sentirão bem… por um dia, por uma semana, por um mês. E , então, se arrependerão, porque usaram o voto para exprimir uma revolta. Estarão ferrados”.

Na continuação, Michael Moore errou na previsão. Disse ele: “Querem uma nova eleição? Isso não vai acontecer…

Quando as pessoas irritadas de Ohio ou Michigan, Pensilvânia e Wisconsin descobrirem depois de alguns meses no cargo, que o presidente Trump não fez qualquer coisa por eles, será tarde demais para fazer algo sobre isso. Mas, eu entendo. Você tinha a sua ira e raiva justificáveis. Você só acabou elegendo o último presidente dos EUA.”

Errou, Moore! Ainda há democracia na América!

Tiranos existem em todos os lugares do mundo e sob quaisquer circunstâncias. Mas, contra eles, a democracia criou as leis chanceladas pelo povo, que sustentam instituições consistentes e elas asseguram ao povo a liberdade para mudar o que não gostou de fazer.

Há quem veja, na eleição de Joe Biden, a antecipação da derrota do presidente Jair Bolsonaro, pelas semelhanças que acreditam existir entre os dois. Bobagem pura. Pode ser que sim, como pode ser que não, se por aqui surgir um Joe Biden e partidos, que entreguem aos filiados e ao povo, via primárias, o direito de escolherem os candidatos que disputarão a Presidência.

Entre nossa história republicana e a história da república nos Estados Unidos há uma distância enorme. Somos ainda uma democracia com partidos políticos com donos, muito dinheiro do povo e nenhuma democracia interna.

Lembrem-se, os que conhecem a história política nacional e a americana, que houve um tempo em que as eleições presidenciais nos EUA e no Brasil aconteciam no mesmo período e em 1960, o Brasil elegeu Jânio Quadros. Os EUA, John Kennedy. Com certeza, temos gente melhor para a disputa pela Presidência da República. Mas, essa gente não passa pelos partidos que, por aqui, têm donos e são financiados por quem não gosta deles.

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Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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