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Oportunidades para os liberais

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Em São Paulo, terra que venera o trabalho e a propriedade privada, um candidato sem trabalho e sem propriedade chegou ao segundo turno. Fez tremer e suar as mãos do poder constituído lá. Foi resultado da convicção de 2.168.009 eleitores ou um recado deles? Entregue-se isso aos analistas de plantão nos canais de TV, imprensa e bar da esquina e teremos todas as explicações.

No Rio de Janeiro, terra que não venera tanto o trabalho quando olha as praias e gosta da propriedade privada conquistada por proximidade com o Estado, o prefeito odiado por todos, recebeu menos 786.330 dos votos obtidos na eleição anterior. Convicção ou um recado dos eleitores? Também temos comentários para todos os gostos.

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Em Porto Alegre, dá pra fazer o mesmo exercício. Lá, Sebastião Melo venceu com 360.550 votos e Manuela D`Ávila, a comunista que odeia o comunismo, ficou pra trás com 307.745 votos, uma barbaridade de votos, tchê!

O Partido NOVO fez um prefeito, o Adriano Silva. O contraponto absoluto do NOVO, o PSOL, venceu em Belém, onde Edmilson Rodrigues teve a ousadia de vencer um delegado federal, que conquistou 364.095 votos.

Em Goiânia, o eleitor escolheu um candidato na UTI com Covid-19. E tivemos um prefeito eleito com 95 anos de idade, para um mandato de quatro anos e que já pensa em reeleição.

Assim, gente, é o Brasil. Em cada lugar, o eleitor decide de acordo com a sua realidade e com as informações que recebeu durante a campanha, que é cada vez mais curta e menos informação oferece.

Mas, se no Rio, as razões do voto foram diferentes ou idênticas às de São Paulo e de Porto Alegre e se em Belém, o PSOL fincou uma estaca e o NOVO outra em Joinville, houve um tipo de eleitor que é maioria esmagadora: o eleitor do “não voto”.

Esse fica fora de todas as análises, porque a legislação brasileira considera-os donos de votos inválidos. Em São Paulo, foram invalidados 3.649.457 votos, num contraponto curioso com o vencedor, que obteve 3.169.121. No Rio de Janeiro, 2.308.868 eleitores escolheram nenhum dos candidatos, e o vencedor, o repetente, Eduardo Paes, alcançou 1.629.314 votos.

Pra lá e mais pra cá, isso aconteceu nas cidades que citei e, certamente, em várias outras.

Se há dúvida sobre as razões do voto, convicção ou recado, no caso dos “não votos”, eu não tenho dúvida: é um recado. A cada nova eleição, um grupo grande de eleitores, mesmo obrigados a ir às zonas eleitorais, não vai e um número também expressivo comparece para dizer: nenhum deles ou delas me serve. Onde está a convergência da decisão? Eu dúvida alguma tenho: no Estado Brasileiro, que é a referência para qualquer eleição no mundo todo. Quero mais Estado ou menos Estado? O Estado não me atende e não corresponde às minhas expectativas, então, não me interessa mais escolher gente para ocupar funções no Estado.

Boulos, em SP, propôs mais Estado. Covas, um pouquinho menos, mas mesmo assim, um trambolho suficiente para manter seus aliados no poder. No Rio, pior ainda. Por isso, vejo no “não voto”, uma oportunidade enorme para os liberais, porque está claro, claríssimo que o Estado Brasileiro não corresponde e só incomoda.

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Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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