O deputado estadual Chicão Bulhões, do Partido Novo do Rio de Janeiro, anunciou neste domingo (25) que entrou com um requerimento contra Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, na Comissão de Ética da sigla. O objetivo da iniciativa é que Salles “seja suspenso do quadro de filiados enquanto o partido julga a possibilidade de uma expulsão definitiva”. Como se sabe, a gestão de Ricardo Salles no Meio Ambiente tem sido alvo de polêmica internacional. [1]
Justificativa
Nas redes sociais, Chicão afirmou que o ministro tem “postura inadequada” e gerado um “histórico de constrangimentos que tem gerado dano à imagem e à reputação do NOVO”. Outro aspecto levantado pelo parlamentar é que ele tem “atuado com grande convicção na adoção de condutas divergentes dos programas do Partido Novo no tema ambiental”, como, por exemplo, desdenhar de dados científicos. O presidente do Livres, Paulo Gontijo, ligado ao antigo PPS (atual Cidadania), parabenizou Chicão pela carta. [2]
Teto de vidro
Ao lado de Chicão Bulhões, subscreveram a nota Marcelo Trindade e Ricardo Rangel. Ambos foram candidatos pelo NOVO em 2018 no Rio de Janeiro: enquanto Rangel concorreu a deputado federal, Trindade tentou o governo. Este, aliás, foi alvo na ocasião de críticas por ter elencado em sua equipe de campanha uma personalidade ligada ao PSOL e, em 2014, por doado dinheiro à campanha eleitoral de um deputado federal do PT. Sobre a doação, no entanto, Trindade justificou-se na época que era por afeto pessoal, não posição política.
Do outro lado…
Mas se tem gente que é contra Salles, tem parte da direita que é favorável ao ministro. Além do vereador Leandro Lyra, do NOVO do Rio de Janeiro, que denunciou haver “muitos interesses em jogo”, Salles foi aplaudido neste domingo (25) nos atos do movimento Vem Pra Rua e do Nas Ruas em São Paulo. “O povo brasileiro está ao seu lado e temos um carinho e um respeito muito grande pelo senhor”, disse um ativista, que convocou um coro de “saaaaalles” na Paulista. Nas redes, o ministro agradeceu e disse que o governo “tem enfrentado uma batalha dura e diária para colocar o Brasil na linha”.
Agradecimento especial pelo carinho e apoio do Tomé, Belizia, @CarlaZambelli17 e de todos, a mim, ao nosso Pres @jairbolsonaro e ao Governo que vem enfrentando uma batalha dura e diária para colocar o Brasil na linha, depois anos de desmandos, aparelhamento, má gestão, corrupção. pic.twitter.com/9GAofVuYUz
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) August 25, 2019
Deltan na PGR – 1
Uma das pautas dos protestos ocorridos neste domingo (25) foi o pedido para que Deltan Dallagnol seja nomeado novo Procurador-Geral da República. Para parte da direita, seria uma maneira de salvá-lo da perseguição e impulsionar o combate à corrupção no país. Uma turma do Partido Novo que estava presente no ato devidamente uniformizada endossou a agenda. Só não se sabe se gritou favorável a Salles ou não.
Deltan na PGR – 2
Para o ativista Renato Borges, do MBL do Rio de Janeiro, “é claro que o presidente [Bolsonaro] não indicará Dallagnol”. Como se sabe, ambos já trocaram farpas. Mas Dallagnol é, para Borges, um bom nome. “O governo não está comprometido com a pauta do combate à corrupção como havia prometido na campanha. Não sei se é só para proteger o filho investigado, Flávio Bolsonaro, ou para que a agenda do governo ande com menos dificuldade no Congresso. Mas a verdade é que há diversos sinais de um grande acordão entre o STF, o Executivo Federal e forças do tal ‘centrão'”, opinou.
De olho no futuro
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), criou um grupo de estudos focado no longo-prazo. Com o pomposo título de “Comissão da Economia do Conhecimento”, a ideia é traçar perspectivas para o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro para daqui 30 ou 40 anos. À frente do grupo, como presidente, está Roberto Motta, uma das cabeças que fundaram o Partido Novo e, atualmente rompido com a legenda, é assessor especial de Witzel.
De olho no futuro – 2
“A ideia é discutir assuntos como a transformação digital e a indústria 4.0”, explica Motta. Faz parte da comissão também o professor Mangabeira Unger, ex-ministro. “Tem sido uma experiência bem legal, totalmente fora da caixa”, avalia Motta, que explica que, além da estratégia de longo-prazo para o estado, haverá um “conjunto de iniciativas de curto-prazo”.
Indignado
Para protestar contra o uso de carro oficial na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o deputado estadual Bruno Souza, do Partido Novo, recorreu a um protesto criativo. No ofício enviado pela diretoria da casa, Souza decidiu escrever a próprio punho em letra vermelha sua opção de recusa, que não tinha no papel:
Trump x Bolsonaro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou interesse em comprar a Groenlândia da Dinamarca. Já imaginou se a moda da privatização do ministro Paulo Guedes pega e o presidente Jair Bolsonaro decide privatizar Fernando de Noronha ou a Amazônia? Fica a ideia.
Deputados do PSL rumo à Prefeituras
Será grande a quantidade de deputados federais e estaduais eleitos pelo PSL em 2018 que tentarão as urnas em 2020.
Não pegou bem
Não pegou nada bem entre os parlamentares os agressivos comentários do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) ao presidente francês, Emanuel Macron, sobre a Amazônia. Apesar de Macron ter sido infeliz em diversas declarações, alguns senadores e deputados ressaltam que não são modos, digamos, bem vistos para um possível embaixador do Brasil.
Nova casa
Caso se confirme a saída de Ricardo Salles do NOVO, dois caminhos são mais prováveis: o PSL ou o DEM.
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