PEDRO DUARTE*
Ontem, o partido NOVO informou a todos seus filiados por email a novidade: que João Amoêdo, fundador do partido, tinha aceitado o convite de 36 dos 40 integrantes da Convenção Nacional para ser pré-candidato à presidência da República nas eleições de 2022. É a melhor escolha que poderíamos fazer hoje.
Eu poderia explicar isso com base na trajetória do João como idealizador, fundador e presidente do NOVO. Ninguém conhece melhor os valores do partido nem se dedicou tanto à existência da instituição – mas, concordo, isso não seria suficiente para justificá-lo como um futuro nome na urna para o cargo mais importante do nosso país. Precisa de mais, muito mais do que isso.
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A carreira profissional de sucesso também poderia ser um bom motivo, por atestar sua capacidade de gestão e superação de desafios – no entanto, muitos outros bons nomes também possuem essas qualidades. É necessário ir além, e pontuar o que, na minha opinião, são os maiores méritos de Amoêdo numa eventual disputa eleitoral.
Primeiramente, ele já disputou uma eleição geral e ficou na frente de candidatos tradicionais com maior visibilidade e recursos, como Henrique Meirelles, Marina Silva, Alvaro Dias e Guilherme Boulos. Dos partidos menores, teve o melhor resultado, mesmo basicamente sem tempo de TV, sem usar recursos públicos e sem poder participar dos debates.
De lá pra cá, mesmo sem mandato e renunciando à presidência do NOVO, João Amoêdo não deixou de pontuar nas pesquisas, aparecendo sempre na casa dos 4% ou 5% dos votos. Melhor: fez isso marcando posição de forma dura e correta, criticando o governo federal, as falhas e incoerências da esquerda e a falta de uma agenda reformista no Brasil. É esse equilíbrio e compromisso com a defesa da liberdade econômica e das reformas que nós precisamos.
“Ele já disputou uma eleição geral e ficou na frente de candidatos tradicionais com maior visibilidade e recursos, como Henrique Meirelles, Marina Silva, Alvaro Dias e Guilherme Boulos”
Aqui, aliás, está o maior reconhecimento que precisamos fazer ao pré-candidato. Já em 2018, em um momento que muitos acreditaram rapidamente na “vitória da agenda liberal”, João apontou que Bolsonaro ‘nunca tinha contribuído para nada em duas décadas de atividade parlamentar’ e que, por isto, era ‘muito cético ao seu discurso’. Expôs as fragilidades das crenças do governo, o que se mostrou verdadeiro com o tempo – que, convenhamos, do liberalismo econômico, político ou social passou muito longe.
E foi ele quem, desde o início, muito antes dos demais, denunciou o rápido abandono da suposta agenda liberal pelo governo federal, que deu espaço ao Centrão, ao corporativismo e à conveniência eleitoral. Por essa coerência e posicionamento firme, por alguns começou a ser taxado de “oposição”. Tolice. João Amoêdo (NOVO) é a posição de defesa dos nossos valores e princípios que precisamos em 2022, e para isto trabalharemos.
*Pedro Duarte é vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Novo, eleito para seu primeiro mandato em 2020.
Foto: Marcos Corrêa/PR